O que é a COP e a importância de sediar o evento da ONU

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Leia também: Os desafios que Belém deve superar até a COP 30

 

A COP (“Conference of the Parties”, em tradução livre, “Conferência das Partes”) é um fórum multilateral da ONU, criado em 1994, para prevenir sobre as intervenções humanas perigosas ao sistema climático mundial. A COP nasceu no Brasil, quando foi chamada Rio-92 ou Eco-92.

 

Os encontros anuais são cruciais para a sustentabilidade global e para o país que os sedia, por várias razões. Por meio da COP, os países negociam e adotam acordos internacionais para mitigar as mudanças climáticas, a exemplo do Acordo de Paris, fundamentais para estabelecer metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

 

A COP também facilita a mobilização de fundos para projetos de sustentabilidade e de adaptação climática, especialmente em países em desenvolvimento, financiamentos que são essenciais para implementar as ações. As negociações incluem discussões sobre transferência de tecnologias limpas e sustentáveis, inovações que podem reduzir a pegada de carbono global. Ao longo dos anos, a COP tem servido como um mecanismo de monitoramento em que os progressos dos compromissos assumidos pelos países são revisados e avaliados.

 

Destaque global

Sediar a COP coloca o país anfitrião em destaque, demonstrando seu comprometimento com a ação climática e permitindo que ele influencie as negociações. A preparação e realização do evento pode incentivar investimentos em infraestrutura sustentável, energias renováveis e outras práticas ecológicas no país sede.

 

O encontro atrai milhares de participantes, incluindo delegações de governos, ONGs, empresas e mídia, o que pode gerar um impulso econômico significativo por meio do turismo e do comércio local. A COP também pode catalisar a implementação de políticas ambientais mais rigorosas e ambiciosas no país sede, deixando um legado duradourom e tende a aumentar o engajamento da população local sobre questões climáticas.

 

Belém 2025

Em novembro será realizada a COP 29 em Baku, no Azerbaijão. A próxima Cúpula tem suscitado críticas, entre elas, a de que o país asiático vive em um regime repressivo e tem mais de 50% de sua economia baseada na indústria de petróleo e gás. De fato, o Azerbaijão não tem interesse na mudança da matriz energética mundial e é uma ditadura refratária aos direitos humanos, considerados a base do direito ao meio ambiente. 

 

Na sequência, será a vez do Brasil voltar a sediar o encontro. A COP 30 será realizada em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro de 2025 — primeira vez que uma cidade da Amazônia sediará a Conferência das Partes. A escolha de Belém destaca a importância de um bioma crucial para a regulação climática global, já que a floresta amazônica desempenha um papel vital na absorção de dióxido de carbono e na manutenção do equilíbrio climático.

 

A COP 30 ocorrerá em um momento crítico, quando  os países devem apresentar suas segundas rodadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), aumentando (ou não) suas ambições climáticas no caminho para limitar o aquecimento global a 1,5°C​. O encontro no Brasil será crucial para discutir e mobilizar o financiamento necessário para apoiar as próximas ações climáticas, especialmente em países em desenvolvimento. 

 

A realização da conferência na Amazônia também sublinha a necessidade de amplificar as vozes das comunidades locais e indígenas, frequentemente as mais afetadas pelas mudanças climáticas. A COP 30 pode impulsionar ações de Justiça Climática e fortalecer as políticas de adaptação, como o incentivo a Soluções Baseadas na Natureza (SbN), a exemplo das agroflorestas, estratégias essenciais para combater as mudanças do clima. 

 

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