A premissa repetida nos anos 1980 por Chico Mendes de que uma floresta de pé vale mais do que derrubada hoje ecoa sobre um modelo de produção amparado no uso de recursos renováveis como alternativa para o desenvolvimento sem a necessidade de desmatar ou de poluir rios e mananciais. A bioeconomia parte de quatro princípios: desmatamento zero, fortalecimento de práticas tradicionais, diversificação dos meios de produção e compartilhamento dos benefícios com povos originários.  

 

A extração e beneficiamento do açaí por populações na Amazônia e o desenvolvimento de pesquisas farmacológicas a partir de espécies do Cerrado são exemplos de como o uso inteligente dos recursos naturais pode beneficiar empresas e comunidades. A bioeconomia se ampara em conceitos como o da economia circular, que propõe produção e consumo com menos desperdício e a reciclagem, a reutilização e a reintegração de materiais em todo ciclo de vida de um produto. 

 

Ao convergir inovação com saberes tradicionais, a bioeconomia encontra terreno fértil especialmente em países como o Brasil, onde a biodiversidade e os conhecimentos dos povos originários podem encontrar na pesquisa científica e nas novas tecnologias alternativas para um desenvolvimento econômico aliado à distribuição de renda, à preservação ambiental e ao bem-estar social. Neste sentido, a tecnologia e a formação científica e profissional são agentes fundamentais dessa transformação.

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