Não é de hoje que o negacionismo climático faz parte da agenda política da extrema-direita. A novidade é que partidos conservadores de ultradireita podem ganhar ainda mais espaço no Parlamento Europeu nas eleições de junho, quando serão definidos os 720 representantes de 27 países da União Europeia.
A necessidade de se combater a crise climática a partir de uma mudança de hábitos encontra no Velho Mundo uma contradição entre teoria e prática: enquanto a maioria dos europeus se diz preocupada com as mudanças climáticas — com percentuais que variam de 82% na Itália a 66% na Alemanha —, as convicções diminuem quando as medidas pesam no bolso, como adaptar a casa para ter mais eficiência energética ou aceitar a proibição de carros movidos a combustíveis fósseis.
Para Francesca Bellisai, analista de políticas europeias do think tank ECCO, a extrema-direita sabe como se valer dessa contradição. “Os cidadãos têm medo dos custos da transição ecológica e algumas forças políticas estão alavancando essas preocupações para obter mais apoio”, diz.
Para saber mais: Folha